sábado, 25 de junho de 2011

O ausente...

Ausência

Por muito tempo achei que a ausência é falta
.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,

ninguém a rouba mais de mim.

Carlos Drummond de Andrade
Estive fora de mim por algum tempo. Gerenciando... Acreditando que minha liderança faria a diferença no meio deste mundo devastado pelo egoísmo... Descobri que mesmo fazendo o melhor que podia algo invisível e pesado caiu sobre os meus esforços me impedindo de seguir... Não estou falando do "sistema" corrompido de nosso governo ou da incapacidade das pessoas de governar a própria vida, quando elas se entregam a instintos primitivos. Isto poderia derrotar qualquer um, mas não estou falando disso... A força invisível que castiga meu incomum senso moral e esquartejou meu desejo de liderança não vem de fora do grupo mas de dentro de cada componente de seus raciocínios, como se tudo aquilo que aprendemos e para o que fomos forjados não fosse verdade. Ensinar deveria ser a bússola, o bem, o norte. No entanto a maioria deles deseja algo diferente. Junto com eles poderia enfrentar o "sistema", os maus costumes, a ignorância, ... Mas o que é um capitão quando ele descobre que só ele continua acreditando e que o barco navega por conta própria sem fazer questão de estar lá... ou de terminar a travessia...?

Sinto-me vencido e com a fé no ser humano abalada, espero continuar fazendo o melhor sem me contaminar... Gostaria de que mais pessoas acreditassem junto comigo. Por isso estive tão ausente de mim mesmo, por isso pretendo me tornar presente novamente.
E o barco-ensino? Bom só me deixe respirar um pouco...

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