Sou atendente de uma casa de massagem no centro de Salvador há seis meses. Meus parentes acreditam que trabalho como doméstica numa casa de família, mas na verdade ofereço serviços sexuais rápidos e baratos. Tudo é muito simples: os clientes tocam a campainha, encontram dez garotas, escolhem a que desejam, depois pagam e vão embora, como se tivessem acabado de sair de uma lanchonete.
Hoje, observando pelo olho mágico, tive a impressão de que havia um homem com um bebê. Quando abri a porta, descobri que ele carregava o irmão de 19 anos, que não possuía nem braços nem pernas. O homem disse que era aniversário do irmão e queriam comemorar. As meninas, assustadas, baixaram a cabeça com receio de serem contempladas; eu não - talvez por isso ele tenha me escolhido.
Dentro do quarto, tentei puxar conversa, descontrair o ambiente, mas ele não dizia nada. Então, tirei sua roupa cuidadosamente, segurei seu torso como se fosse uma boneca (ele era mais pesado do que aparentava) e o coloquei numa posição que eu imaginava ser a mais apropriada para o ato. Foi a primeira vez que gozei no trabalho.
Herculano Neto. Quero ser Paulo César Peréio
Este interessante conto publicado em fevereiro deste ano revela um mundo moderno; sintético, direto e ousado figura como belo exemplo de literatura contemporânea. Apesar do tema ser recorrente, a concepção de caridade e de prazer entrelaçadas na personagem são reveladoras de um sentimento de certa forma escondido por sua narrativa simples, porém revelado por seus feitos fetichista-caridoso. Recomendo a leitura não só desse conto, mas de todo o livro.
Pessoalmente, o sexo incomum escraviza meu gosto, prefiro lê-lo, escrevê-lo, vê-lo e, sempre que puder, praticá-lo...
Uau! Forte!
ResponderExcluir